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Demolição do Casarão Histórico Escancara a Urgência de Preservação em Itabira

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Na tarde da última quarta-feira (15), a paisagem do Centro de Itabira sofreu uma mudança irreversível com a demolição do casarão histórico de número 194, na rua Tiradentes. A construção, datada do século XIX, deu lugar a escombros após anos de degradação estrutural e um desaterro irregular que comprometeu sua estabilidade.

A intervenção foi autorizada por liminar judicial baseada em laudos técnicos emitidos pela Justiça, Ministério Público e Defesa Civil. A operação, iniciada às 9h40, mobilizou equipes da Secretaria Municipal de Obras, Defesa Civil, Transita, Polícia Militar e uma unidade do Samu. Apesar da delicadeza da situação, ninguém se feriu.

Patrimônio Histórico em Risco

O casarão, que abrigava uma mercearia e uma residência, estava sob ameaça de desabamento desde que uma movimentação de terra irregular foi realizada no terreno vizinho, sem aprovação da Prefeitura. O incidente escancara um problema recorrente: a fragilidade na proteção do patrimônio histórico de Itabira.

Embora itens de decoração e móveis tenham sido removidos e destinados ao Parque de Exposições Virgílio José Gazire, a esperança de reaproveitar elementos arquitetônicos, como janelas e portas, foi frustrada pela deterioração avançada.

Repercussão e Reflexão

O episódio gerou comoção entre moradores e levantou discussões sobre a preservação do Centro Histórico da cidade. O prefeito Marco Antônio Lage lamentou a perda e anunciou medidas mais rigorosas contra danos ao patrimônio tombado ou inventariado. Ele garantiu que um projeto de revisão do Plano Diretor será encaminhado à Câmara de Vereadores, com foco em regulamentar ações que protejam a identidade cultural e histórica de Itabira.

“Isso deve servir como exemplo para que situações como essa não se repitam. Não podemos continuar assistindo à descaracterização do nosso Centro Histórico para dar lugar à especulação imobiliária,” declarou o prefeito.

O Futuro do Patrimônio Cultural

Enquanto o casarão de número 194 se torna parte da memória coletiva, fica o desafio de evitar que outros ícones arquitetônicos do município sofram o mesmo destino. A preservação do patrimônio não é apenas uma questão de proteger edificações, mas de resguardar a história e a identidade cultural de Itabira.

É hora de transformar o lamento em ação concreta, garantindo que a cidade equilibre o desenvolvimento urbano com o respeito às suas raízes. Afinal, perder um patrimônio é perder um pedaço da alma de Itabira.