Dia Orgulho Autista: Representação na Arte e na Legislação
O Dia Mundial do Orgulho Autista (18 de junho) foi instituído para esclarecer a sociedade sobre as características únicas das pessoas diagnosticadas com algum grau do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e normalizar a neurodiversidade, ou seja, o reconhecimento de que o funcionamento cerebral de algumas pessoas é diferente do que é considerado típico.
Criada em 2005, a data tem o objetivo de estimular a inclusão dos autistas, considerando todas as características e necessidades, e conscientizar a população de que são indispensáveis adaptações físicas, comportamentais e legais para assegurar qualidade de vida e cidadania aos autistas.
Avanços na luta por reconhecimento
Em 2012, o Congresso aprovou a Lei Berenice Piana, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, na qual o autismo foi definitivamente classificado como deficiência. Com isso, ficou assegurado aos autistas todas as políticas de inclusão existentes no país para a pessoa com deficiência.
Essa lei também garante a inclusão escolar, o direito de matrícula em escolas regulares e o acesso a um mediador escolar sem custo para a família. A legislação também prevê sanções aos gestores que negarem a matrícula a estudantes com deficiência.
Outra inovação foi a Lei 13.861/2019, que prevê a inclusão de informações específicas sobre pessoas com autismo nos censos demográficos feitos a partir de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa da Organização Mundial de Saúde é que existam 2 milhões de autistas no Brasil.
Em 2020, a Lei Romeo Mion beneficiou pessoas com transtorno do espectro autista com a regulamentação da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A carteira assegura a seus portadores atenção integral, prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.
O prédio do Congresso Nacional ficará iluminado na cor azul nos dias 18 e 19 de junho pelo Dia do Orgulho Autista. A iluminação especial atende a pedido do senador Romário (PL-RJ).
Arte pode ser uma das maneiras mais eficazes de conscientizar as pessoas sobre o tema
Assim como em relação a tantos temas, a arte é uma das maneiras mais eficazes de conscientizar e alcançar mais pessoas. Por isso, produções que trazem personagens com autismo podem ser uma boa opção para quem quer entender melhor o TEA ou apenas se ver representado.
Para quem quer saber mais sobre o tema, confira uma lista de oito filmes e séries com personagens que fazem parte do espectro autista para assistir.
1. “Uma Advogada Extraordinária”
A produção coreana acompanha uma jovem advogada no espectro autista que desvenda seus casos de maneiras brilhantes. A série está disponível na Netflix.
2. “Atypical”
Esta série conta a história de um rapaz de 19 anos no espectro autista que decide buscar o amor e sua independência. Sam (Keir Gilchrist) embarca nessa jornada de autodescoberta e faz com que sua família também precise se adaptar às suas decisões e escolhas. A produção está disponível na Netflix.
3. “Encontro de Irmãos”
A produção dos anos 1980 venceu o Oscar de Melhor Filme e retrata os irmãos Charlie (Tom Cruise) e Raymond (Dustin Hoffman), que descobrem da existência um do outro depois da morte de seu pai.
Charlie descobre que Raymond, que faz parte do espectro autista, herdou a fortuna do pai e decide sequestrar o irmão da clínica onde ele está internado e levá-lo até Los Angeles para exigir metade do dinheiro. Durante esta viagem, no entanto, os dois começam a se conhecer e se entender melhor. O filme está disponível no Prime Video.
4. “The Good Doctor: O Bom Doutor”
Um jovem médico-cirurgião que está dentro do espectro autista é contratado para trabalhar num prestigiado hospital. Shaun Murphy (Freddie Highmore) terá que se adaptar à cidade grande e enfrentar as dificuldades no relacionamento com os novos colegas, enquanto usa suas habilidades para salvar vidas. A série está disponível no Globoplay.
5. “Tudo Que Quero”
Neste filme, a jovem Wendy (Dakota Fanning), que está dentro do espectro autista, decide fugir de casa sozinha em busca de um sonho: entregar seu roteiro e ganhar uma competição de escrita.
O filme está disponível apenas para aluguel no YouTube, Prime Video, Google Play e Apple TV.
6. “Farol das Orcas”
A história acompanha Lola (Maribel Verdú), uma mãe que decide levar seu filho autista de 11 anos, Tristán (Joaquín Rapalini), até a patagônia na Argentina para observar um grupo de baleias orcas selvagens. O solitário guarda-florestal Beto (Joaquín Furriel) decide ajudá-los com o objetivo de fazer Tristán criar uma conexão emocional. O filme está disponível na Netflix.
7. “O Contador”
Neste longa de ação, Christian Wolff (Ben Affleck), que faz parte do espectro autista, se torna um excelente contador devido a sua facilidade com números, mesmo sofrendo com a sensibilidade a ruídos e barulhos muito altos. Wolff começa a trabalhar para organizações criminosas e, ao descobrir um problema na contabilidade de uma delas, coloca sua vida em risco. O filme está disponível no Max e no Prime Video.
8. “Voa”
Este curta animado tem apenas 11 minutos, mas retrata o momento no qual um pai percebe que seu filho é diferente das outras crianças de sua idade, e tem que escolher a melhor maneira de lidar com isso. O curta está disponível no Disney+.